Hellraiser é uma
daquelas franquias que conseguiu o seu espaço na história do gênero de terror, ele trouxe um dos
vilões mais icônicos do cinema, o Pinhead e os seus aliados Cenobitas. Pode-se dizer que
a primeira quadrilogia tinha uma ordem cronológica, seguia um ritmo e dava para
tudo ser encaixado numa linha temporal. A partir do 4, a franquia passou a
adotar a ideia de filmes independentes que (com exceção de 'Hellraiser 6' de 2002)
segue histórias independentes, sem conexão uma com a outra.
O problema foi
que a fórmula de sucesso foi se perdendo com o passar do tempo, e os filmes foram
perdendo a qualidade. Doug Bradley foi o responsável por dar vida ao grande
vilão, porém, depois de ‘Hellworld’ de 2005, com 8 filmes interpretando o
antagonista, abandonou o seu caractere mais famoso, assim, dando espaço
para Stephan Smith Collins fazer o seu Pinhead no péssimo ‘Hellraiser
Revelations’ de 2011, o que pode-se dizer que é o fundo do poço da franquia...
Até agora.
Sete anos depois
do desastroso ‘Revelações’, o ‘Hellraiser Judgement’ foi dirigido, escrito, e
atuado pelo artista de efeitos visuais, Gary J. Tunnicliffe.

As vitimas
escolhidas recebem um convite para aparecer numa casa, ao chegarem lá, são imobilizadas e passam por uma espécie de julgamento onde a pessoa fala de seus
pecados com o Auditor que vai escrevendo tudo na sua maquina de datilografar. Se
o júri (composto por três mulheres deformadas) decidir que a vítima é culpada, ela vai desfrutar de uma morte bem
dolorosa feita pelo Açougueiro e pelo Cirurgião, dois demônios bem bizarros.
Cá entre nós, o
ritual para determinar se a pessoa é culpada ou inocente, é bem nojento, consiste em comer papel com ‘lagrimas de crianças’ e
vômito. Mas, tudo isso é mal explorado e mal feito, talvez isso se deva ao
baixo orçamento do filme, uma estimativa de 350 mil dólares. Então não espere
cenas nítidas de gore e mortes bem feitas, na verdade, nem dá para entender o
que está acontecendo em alguns momentos, chegando beirar ao amadorismo.

O final até
conta com uma reviravolta, mas que não impressiona, a solução encontrada para o
desfecho é preguiçosa e a impressão que se tem é que você perdeu tempo
assistindo isso por uma hora e vinte minutos. É aquele ditado: “Não há nada
ruim que não possa piorar”, e me refiro a franquia como um todo, se você não gostou de ‘Hellraiser Revelations’, vai
odiar esse aqui.
O elenco é
composto por atores que fizeram vários trabalhos, então possuem uma certa experiência,
mas também parecem estar muito desanimados com esse projeto. Gente, no elenco,
temos: Heather Langenkamp, Gary J. Tunnicliffe e Paul T. Taylor. A equipe tinha
tudo para fazer um filme divertido com boas homenagens e referências tanto aos
filmes anteriores quanto a outros filmes do gênero. Mas não, o que temos aqui é
um show de horrores em atuação, com personagens inexpressíveis da qual ninguém
se importa se vive ou morre, além do fato de usarem muito mal os atores que
tinham em mãos, por exemplo, a participação de Langenkamp foi pífia.
O que dizer
sobre o grande ícone da franquia? Pinhead (dessa vez, interpretado por Paul T.
Taylor)... Ele foi reduzido a um coadjuvante cujo seu papel ficara a atrás do
verdadeiro destaque, o Auditor (vivido por Gary J. Tunnicliffe), responsável
pelos julgamentos. Tanto o vilão com os pregos no rosto quanto os outros
cenobitas, aparecem bem pouco no longa. Não espere um banho de sangue provocado
por eles! E para a cereja do bolo, o capítulo conta com a participação da ‘Porteira
do Éden’, Jophiel (interpretada por Helena Grace Donald) que têm objetivos genéricos
e destoa da história. Tipo, você vê os cenobitas num lugar sujo e cheio de
corrente, e de repente aparece aquele ser irradiado de luz, angelical e
contrastante com Pinhead, mas com um objeto furado que não leva a lugar algum,
só está ali para ser a ferramenta que conclui a saga do Pinhead, jogado a força
e o público tendo que engolir.
A história dos
julgamentos até que tinha potencial, mas foi tão mal explorado que ficou
desinteressante. Para mim, pelo trailer já dava para ver que o longa não seria
bom, mas é triste assistir a esse capítulo e ver que eu estava certo, e que
provavelmente nunca mais verei aquele Pinhead e os cenobitas de outrora nos
cinemas, isso frustra bastante.
Então, para
encerrar, pode-se dizer que ‘Hellraiser: O Julgamento’ é um filme fraco, um dos
piores da franquia, se não for o pior. É mal feito, mal interpretado, mal
dirigido. Esse pode ser o prego que faltava para enterrar a franquia. Isso leva a concluir que esse filme, assim como o antecessor, nada mais foi do que um filme feito para que a Dimension Films continuasse com os direitos sobre a franquia, nos entregando algo indigno. Mas, digo a vocês, se for para continuar fazendo essas besteiras, é melhor que a franquia migre para uma empresa mais séria e que dê a franquia o filme que o público espera para ver há anos.
Curiosidade: O local onde acontece o julgamento é no endereço: casa 55 Ludovico. Esse é o nome do tratamento usado no filme 'Laranja Mecânica'.
Nota: 2,0.

Nota: 2,0.

FICHA TÉCNICA
Titulo Original: Hellraiser Judgement.
Titutlo Brasileiro: Hellraiser Julgamento.
Diretor: Gary J. Tunnicliffe.
Roteiro: Gary J. Tunnicliffe.
Elenco: Alexandra Harris (Detetive Christine Egerton), Damon Carney (Sean Carter), Heather Langenkamp (Landlady), Jeff Fenter (Carl Watkins), Paul T. Taylor (Pinhead), Randy Wayne (Detetive David Carter), Rheagan Wallace (Alison Carter).
Sinopse: Os detetives Sean e David Carter estão em um caso para encontrar um macabro assassino em série que aterroriza uma cidade. Unindo forças com a detetive Christine Egerton, eles investigam a fundo um labirinto espiral de horror que pode não pertencer a este mundo.
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