Para o inicio de semana eu decidi escrever sobre um filme que fecha uma trilogia: Brinquedo Assassino 3. É um filme muito interessante de comentar e não podia ficar de fora. Mas também é sempre bom lembrar que a critica abaixo tem um caráter opinativo pessoal, tentarei evitar spoilers relevantes e focarei na história em si.
A direção do filme ficou por conta de Jack Bender que é mais conhecido por dirigir séries e filmes para a televisão. O orçamento do filme foi de 13 milhões de dólares e o seu lucro ficou em torno de 20 milhões. Embora tenha sido o filme que menos lucrou, Chucky ainda tinha muito o que mostrar.
A direção do filme ficou por conta de Jack Bender que é mais conhecido por dirigir séries e filmes para a televisão. O orçamento do filme foi de 13 milhões de dólares e o seu lucro ficou em torno de 20 milhões. Embora tenha sido o filme que menos lucrou, Chucky ainda tinha muito o que mostrar.
Agora, como falar sobre um filme como esse?... A maioria das criticas que eu li sempre 'bombardearam' ele, vários motivos influenciaram isso, a troca de ator, a mudança de clima na história, até o próprio Don Mancini alegou que essa terceira parte não ficou boa aos seus olhos. O roteiro do filme foi escrito por Mancini sob a pressão da Universal, assim essa película acabou sendo lançada nos cinemas há apenas 9 meses após o lançamento do segundo. Entretanto, aquele ditado: "A pressa é inimiga da perfeição", não vale para mim, pelo menos, não no que se diz respeito a esse filme, digo isso porque embora essa terceira parte seja a mais cheia de furos, não é menos divertida do que os seus antecessores.
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E por falar em pressa... Acho que me apressei um pouco. Voltando ao propósito desse artigo.
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Enfim, voltando a história, em meio a fábrica abandonada alguns homens aparecem e começam a fazer uma rápida limpeza no local. Uma maquina que lembra uma pinça ('O Gaaaarra!') pega o que sobrou do Chucky e leva para o outro canto do local , enquanto ela leva os restos do boneco, sangue que escorria do que sobrou dele vai fazendo uma trilha no chão e cai numa maquina de borracha derretida, pronto, Chucky misteriosamente se reconstrói enquanto os créditos são jogados na tela.
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Bom, Chucky acha que ainda precisa de Andy para sair do corpo de boneco, é o que ele pensa a principio, por isso resolve ir atrás do garoto. Através de um computador Chucky descobre o paradeiro do inimigo. É compreensível que o dono da indústria que criou os Good Guys tivesse uma ficha sobre Andy Barclay no computador, afinal, 'por culpa dele' os bonecos bonzinhos despencaram nas vendas e foi alvo de tantas polêmicas fazendo com que a produção parasse e recomeçasse anos depois.
Repito, oito anos se passaram em relação ao segundo filme, mas a produção dele durara apenas 9 meses em relação ao seu antecessor. Eles precisavam de um Andy adolescente e infelizmente Alex Vincent ainda era uma criança de 11 anos, foi aí que Justin Whalin fora cotado para ser o novo protagonista, um adolescente de 16 anos entrando para o exército. Sim, os únicos atores que voltam a reprisar os seus papéis são Peter Haskell no papel de Sr Sullivan, que apareceu rapidamente no começo da parte 2, e Brad Dourif.
Andy Barclay é integrado ao exército, lá ele conhece o colega medroso Harold Whitehurst, o insuportável Tenente Coronel Shelton, a destemida Kristen De Silva (e seu par romântico) e o pequeno Ronald Tyler. Sim, pelo que você viu, podemos dizer que o elenco é composto por típicos personagens clichês, o cara chato, a mulher corajosa, o cara medroso, e assim por diante.
Tyler se torna o novo alvo de Chucky, pois o mesmo ao perceber que está num corpo de outro boneco, logo, ele se revelou primeiro para o pequeno e não para Andy, a partir disso, o boneco resolve recrutar o menino para transferir a sua alma.
A primeira vez que Andy vê o 'Good Guy' sendo carregado e jogado no caminhão do lixo, é incrível, a reação do rapaz ao se deparar com o seu pior pesadelo, não poderia ser melhor. Justin Whalin não é Alex Vincent, mas cumpri muito bem o seu papel na trama e convence como Andy Barclay. A mudança do ator não foi um problema tão grave assim como se imaginava.
Após a morte do lixeiro, Andy fica preocupado, logo ele descobre que o boneco que vira mais cedo era Chucky, e num encontro entre os dois o boneco conta ao 'ex amigo' o seu novo plano, passar a sua alma para Tyler. Andy tenta conversar com Tyler, mas o garoto não acredita. Bom, Tyler conseguiu dar mais raiva do que Andy n primeiro filme. O menino passa boa tarde do filme achando que Chucky é um boneco bom e vive brincando de se esconder. Em certa parte do filme o que eu mais queria era ver o Chucky conseguindo transferir a alma para o menino, parece cruel, mas Tyler não transmite empatia, briga com Andy quando ele alerta sobre o boneco e ainda faz bico. Enfim, não vou criticar o personagem.
Enquanto Andy tem problemas com o Shelton que não para de o infernizar com trabalhos e agressões verbais, Chucky procura Tyler e vai se divertindo pelo caminho.
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As mortes tem uma certa criatividade como a do Coronel Cochrane que ao ver Chucky tem um infarto e o boneco diz "Você só deve estar brincando comigo!", ou a morte do cabeleireiro que após passar a navalha no pescoço do homem, Chucky da a sua risada diabólica seguida com a seguinte frase: "Pronto! Você está morto!", (Alguém mais reparou que essa fala é a mesma que Chucky faz com o Mattson após dar um tiro na cara dele com uma pistola de água em "O Brinquedo Assassino 2?). Eu poderia dizer que Chucky está querendo se divertir nesse filme, ele tem um objetivo, mas ele quer aproveitar a sua condição para fazer um massacre, por isso em determinado momento ele troca as balas de tintas das armas do time 'vermelho' por balas de verdade, se arma com uma granada e um revolver.
Uma coisa que ficou de fora desse filme, foi o fator "tempo"... Tipo, enquanto nos dois primeiros filmes, Chucky tinha um tempo curto para transferir a sua alma para o corpo do Andy, nesse filme não existe esse tempo... No decorrer do longa, nós vemos o Chucky se machucando, sangrando e dando a impressão de que (assim como na parte 2), ele é um boneco só por fora, mas por dentro, é uma anatomia humana completa. Mas, de fato não vemos pressa no boneco em querer sair do corpo por medo de ficar preso nele, ele quer sair só porque não quer ser um boneco... É um detalhe pequeno que não prejudica a trama em nada.
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Chucky ensinando como se cortar |
O final do filme é dividido em duas partes. Acho que ninguém imaginaria que o clímax final se passaria num parque de diversões, nada indicava isso, a história se passava no exército e na floresta durante um treinamento de guerra. O parque está ali perto onde os soldados treinam um conflito entre os "Azuis" e os "vermelhos", e é lá que Andy, De Silva, Whitehurst e Shelton sentem a íra do boneco assassino, e Tyler descobre que Charles (como Tyler chama o boneco) é mal.
A mudança de clima nesse longa é notável, o ambiente caseiro e familiar que predominou nos dois primeiros filmes, sumiu, a impressão que temos é que Mancini colocou duas ideias diferentes num filme só (exército e parque). Mas por causa disso o filme é ruim?... Não. Acredito que o fator principal para isso foi devido pressão que Mancini sofria para entregar o roteiro do terceiro 'Child's Play' para que ele pudesse ser feito.
A mudança de clima nesse longa é notável, o ambiente caseiro e familiar que predominou nos dois primeiros filmes, sumiu, a impressão que temos é que Mancini colocou duas ideias diferentes num filme só (exército e parque). Mas por causa disso o filme é ruim?... Não. Acredito que o fator principal para isso foi devido pressão que Mancini sofria para entregar o roteiro do terceiro 'Child's Play' para que ele pudesse ser feito.
Chucky persegue Tyler num trem fantasma, De Silva e Andy vão tentar socorrer o garoto. Eu gostei, para mim se tornou uma dos melhores finais da franquia porque é muito bem desenvolvido e divertido. A cena em que Chucky perde a metade da cara por uma foice do trem fantasma é muito boa e a sua morte é muito caprichada. Para mim, a melhor. Não vou dizer como isso acontece, mas foi uma coisa diferente da franquia. Existem também outros detalhes em cima do filme em si que são bastante curiosos, como por exemplo. Alguém reparou que esse é o único filme da franquia em que Chucky só mata homens?... Enfim, acredito que se a história fosse com Andy indo para outro lar e Chucky indo atrás, seria mais do mesmo e a história ficaria saturada. Inovar é sempre bom, e a inovação que esse filme trouxe para a franquia foi boa, poderia ser melhor, mas cumpre bem o seu papel.
E sobre essa parte 3, vale sim tê-lo na sua coleção. É o filme com muitos furos no roteiro, mas isso não impede o publico de se deslumbrar com as artimanhas do Chucky que continua tão sádico e tenso quanto antes. A mudança de ator que interpreta Andy não agradou muito os fãs, mas o ator Justin Whalin deu o seu melhor, não é a toa que ele foi indicado ao premio de melhor atuação de um ator jovem.
O filme consegue prender até o final, você fica atento e curioso para saber o que o boneco vai aprontar e como os personagens vão tentar se livrar dele. Para você ter outra ideia da excelência desse capítulo, ele também foi indicado ao premio de melhor filme de terror já existido na época. E olha que estamos falando de 1991, ano em que muitos filmes de terror bons estavam sendo lançados.
Para terminar, eu dou um conselho a você que por ventura ainda não viu esse filme. Assista! Não ligue para as criticas que falam mal dele porque ele não é tão ruim como dizem, se você gostou do primeiro e do segundo, vai gostar desse. E para você que viu e não gostou. Bom, pelo menos ele é melhor que “O Filho de Chucky”, só por isso já vale, mas isso é história para outro artigo. Até lá, aproveitem as coisas boas da infância que não querem ir embora. Nota: 7,5.
FICHA TÉCNICA
Titulo original: Child's Play 3.
Titulo brasileiro: Brinquedo Assassino 3.
Direção: Jack Bender.
Roteiro: Don Mancini.
Elenco: Justin Whalin (Andy Barclay), Perrey Reeves (Kristen De Silva), Brad Dourif (Charles Lee Ray/Chucky), Travis Fine (Cadete Tenente Coronel Brett C. Shelton), Dean Jacobson (Harold Aubrey Whitehurst), Peter Haskell (Sr. Sullivan).
Duração: 90 minutos.
Sinopse: Após oito anos, o garoto Andy Barclay que era perseguido pelo boneco assassino Charles Lee Ray, se tornou um adolescente matriculado em uma academia militar. A companhia que fabricou o brinquedo Good Guys acredita que, depois de todo este tempo, a má publicidade em virtude dos trágicos acontecimentos tinha acabado. Assim, eles fabricam o terrível boneco outra vez usando o material antigo, o que faz com que mais uma vez o espírito do serial killer voltar á vida. Porém, ao procurar seu antigo dono, o boneco cai nas mãos de um outro garoto chamado Tyler. Diante deste quadro, o demoníaco brinquedo considera muito mais fácil transferir sua alma para esta inocente criança, mas o antigo dono sabe que o espírito do assassino está vivo outra vez e pretende fazer algo para detê-lo. Agora, resta a Andy ajudar o pequeno Tyler e acabar de vez com Chucky.
Por: Michael Kaleel.