Aos poucos, tomou-se conhecido Cloverfield. A história, porém, continuava desconhecida, fazendo com que a mídia começasse a especular sobre ela. Uns diziam que seria uma adaptação cinematográfica de Voltron, um novo filme do Godzilla ou até um spin-off da série Lost, a qual Abrams era criador. Nota-se que o marketing foi bem interessante. Só para ter uma ideia, a Paramount criou perfis no MySpace, rede social da época, para os personagens principais. Além disso, duas empresas fictícias criadas para o filme, a Slusho! e a Tagruato, ganharam uma divulgação online, como se fossem empresas reais. O site oficial do filme, 1-18-08.com, continha fotos aleatórias do filme. Caso a página ficasse aberta por seis minutos, podia-se ouvir um ruído desconhecido.

Quando o filme tornou-se mais claro, o assunto foi substituído em saber como era Cloverfield, o monstro. Curiosamente, se você jogar no Google "Cloverfield Monster", encontrará várias fotos do trailer com contornos feitos no paint, tentando encontrar o monstro no filme. Há quem diga que no poster oficial, podemos ver o rosto do monstro nas nuvens.
Na história, Rob (Michael Stahl-David), um jovem nova-iorquino, consegue um emprego no Japão. Por consideração, seus amigos se reúnem para fazer uma festa de despedida para ele. Porém, a festa é interrompida por um terremoto, seguido de um apagão. Logo nota-se uma explosão não-tão-longe deles, caindo destroços perto de seu apartamento. O que eles não imaginam é que isso tudo foi causado por um monstro gigante que está atacando a Ilha de Manhattan. Quando Beth (Odette Yustman, Alma Perdida), por quem é apaixonado, pede sua ajuda, alegando estar presa em seu apartamento, Rob não pensa duas vezes em salvá-la, ao lado de Lilly (Jessica Lucas, A Morte do Demônio), Hud e Marlena (Lizzy Caplan, True Blood).
Cloverfield é um ótimo filme, apesar de eu odiar found-footages. O diretor Matt Reves (Deixe-Me Entrar) consegue passar uma história realista, incluindo o monstro, que pisa no 3D de vários blockbusters. Se juntarmos ao elenco, é uma ótima e aterrorizante experiência. Não sei se é por que gosto de obras desse estilo - monstros atacando cidades, mas no estilo terror, e não como Círculo de Fogo -. Acho que foi o mistério que Drew Goddard resolveu colocar no roteiro. Aliás, não sabemos e nunca saberemos nada sobre esse monstro e foi exatamente isso que me cativou. Com a ajuda da câmera agitada, senti-me como se fosse um dos personagens. Diferente de filmes como Godzilla, que vemos o ponto de vista dos militares falando até o nome da mãe do monstro, Cloverfield se torna superior por se conectar com o público por meio de seus personagens cativantes e a atuação de seu elenco.
Os efeitos especiais criaram o assustador monstro. Muitos o compararam a Godzilla, mas eu prefiro o Cloverfield, por quê ele é muito, mas muito mais realista. As cenas de explosão, o monstro em si, a cena da ponte do Brooklyn e a da cabeça da estátua estão entres as melhores. Também tem a cena do prédio vertiginoso de Beth - quem tem medo de altura, não assista. Ainda não mencionei as "aranhas" no túnel de trem em um momento sufocante.
Por fim, Cloverfield é um dos melhores filmes dos últimos anos, principalmente no gênero found footage. É tenso, sufocante (como disse acima) e bastante divertido (se você conseguir olhar por esse lado). Mas, alguém me responda algo: eu tenho problemas por querer ver o monstro de perto?
