Aviso: Este post contém alguns spoilers sobre o filme.
Acabei de ver Mal Intencionados (Hellions) e não sei o que pensar. Era um dos filmes mais esperados do ano por mim e não sei dizer se eu gostei ou não. Em partes, o filme cumpriu o que havia prometido. Em outras, não foi como eu esperava. Pude perceber que é um filme cheio de metáforas, mas nem sempre um filme de horror que utiliza metáforas para construir uma história é bem conduzido.
Se Hellions traz algo novo? Sim, de uma certa forma. Além de reutilizar alguns conceitos já conhecidos em outros filmes, o filme canadense consegue inovar em construir uma trama que é inquietante. A história do filme traz Dora (Chloe Rose), uma adolescente de 17 anos que descobre estar grávida no dia de Halloween.
Desconsolada, a jovem não sabe se conta para sua mãe e seu namorado, Jace. Convencida pela mãe a ir a uma festa com os amigos, Dora decide contar a seu namorado enquanto o espera só em casa. Aos poucos, vai escurecendo e nada de Jace chegar. No entanto, Dora começa a ser incomodada por um grupo de crianças estranhas mascaradas que chegam pedindo doces em sua porta.
Aos poucos, as crianças se revelam violentas e de alguma forma sabem que Dora está grávida. Não demora muito para Dora descobrir que as crianças estão atrás de seu bebê. Agora, a jovem terá que se virar para sobreviver enquanto as crianças demoníacas invadem sua casa e a perseguem na noite de Halloween.
O primeiro ponto que se nota no filme é a fotografia - que faz parte da história do filme. A partir do momento em que anoitece, a iluminação adquire um tom mais rosado e continua assim até perto do fim. Isso por que, como é comentado levemente no início do filme, a noite de Halloween em que o a história se passa é noite de Lua de Sangue (um fenômeno lunar em que a lua fica com tom avermelhado). Achei que isso dá um toque original no filme.
A direção de Bruce McDonald (Pontypool) é um ponto forte no filme. Ele realmente sabe como conduzir e pude perceber isso em Pontypool. Uma pena que os roteiros às vezes não ajudam muito. Outra coisa que vale ressaltar é a trilha sonora, composta por um coral de crianças, em grande parte gritando "Blood for baby". É bem arrepiante e contribuiu para grande parte do clima do filme.
No entanto, o que fez o filme cair foi o roteiro. Acho que até os 30 minutos, eu estava totalmente tenso e imerso na história do filme. Aquelas risadinhas das crianças são sinistras! Mas então, percebi que o filme não soube muito bem como conduzir a história da "mocinha tentando sobreviver à invasores" e então, comecei a ficar decepcionado. Fui logo percebendo que o filme estava indo para um caminho diferente do que imaginei.
Assim como tem cenas muito bem feitas e tensas (como a cena em que Dora vê a cabeça do namorado no saco), o terceiro ato do filme se torna uma bagunça ao meu ver e ficou uma enrolação (nada muito descarado), mas pareciam que estavam tentando completar os 80 minutos de filme e inventaram um desfecho que lembrou filmes de A Hora do Pesadelo.
Quando os créditos sobem, você logo pensa que tipo de rumo que a história levou. Estava Dora o tempo todo alucinando por que não sabia como lidar com a gravidez? Talvez, é o caminho mais provável. No caso tudo foi um tipo de metáfora, e realmente não gostei do roteiro ter usado a metáfora. Hellions poderia ter resultado num grandioso filme de suspense e violento com crianças demônias perseguindo Dora, o que me teria feito muito feliz. Mas realmente depende do espectador, se irá gostar do método que o filme usou no final ou não.
Por fim, posso me dizer que me decepcionei um pouco com o filme. Eu realmente esperava muito do filme e ele seguiu por um caminho diferente. É uma pena, pois tinha o potencial de ser um dos melhores filmes do ano com a premissa que tinha. Fiquei vidrado na tela nos primeiros 30 minutos mas quando percebi que não seria o filme que eu queria ver, me desapontei um pouco. Se não tivesse um roteiro que se preocupasse em tantas metáforas e seguisse o caminho mais clichê, teria ficado melhor. Às vezes um clichê cai bem.
por Neto Ribeiro
Se Hellions traz algo novo? Sim, de uma certa forma. Além de reutilizar alguns conceitos já conhecidos em outros filmes, o filme canadense consegue inovar em construir uma trama que é inquietante. A história do filme traz Dora (Chloe Rose), uma adolescente de 17 anos que descobre estar grávida no dia de Halloween.
Desconsolada, a jovem não sabe se conta para sua mãe e seu namorado, Jace. Convencida pela mãe a ir a uma festa com os amigos, Dora decide contar a seu namorado enquanto o espera só em casa. Aos poucos, vai escurecendo e nada de Jace chegar. No entanto, Dora começa a ser incomodada por um grupo de crianças estranhas mascaradas que chegam pedindo doces em sua porta.
O primeiro ponto que se nota no filme é a fotografia - que faz parte da história do filme. A partir do momento em que anoitece, a iluminação adquire um tom mais rosado e continua assim até perto do fim. Isso por que, como é comentado levemente no início do filme, a noite de Halloween em que o a história se passa é noite de Lua de Sangue (um fenômeno lunar em que a lua fica com tom avermelhado). Achei que isso dá um toque original no filme.
A direção de Bruce McDonald (Pontypool) é um ponto forte no filme. Ele realmente sabe como conduzir e pude perceber isso em Pontypool. Uma pena que os roteiros às vezes não ajudam muito. Outra coisa que vale ressaltar é a trilha sonora, composta por um coral de crianças, em grande parte gritando "Blood for baby". É bem arrepiante e contribuiu para grande parte do clima do filme.
No entanto, o que fez o filme cair foi o roteiro. Acho que até os 30 minutos, eu estava totalmente tenso e imerso na história do filme. Aquelas risadinhas das crianças são sinistras! Mas então, percebi que o filme não soube muito bem como conduzir a história da "mocinha tentando sobreviver à invasores" e então, comecei a ficar decepcionado. Fui logo percebendo que o filme estava indo para um caminho diferente do que imaginei.
Assim como tem cenas muito bem feitas e tensas (como a cena em que Dora vê a cabeça do namorado no saco), o terceiro ato do filme se torna uma bagunça ao meu ver e ficou uma enrolação (nada muito descarado), mas pareciam que estavam tentando completar os 80 minutos de filme e inventaram um desfecho que lembrou filmes de A Hora do Pesadelo.
Quando os créditos sobem, você logo pensa que tipo de rumo que a história levou. Estava Dora o tempo todo alucinando por que não sabia como lidar com a gravidez? Talvez, é o caminho mais provável. No caso tudo foi um tipo de metáfora, e realmente não gostei do roteiro ter usado a metáfora. Hellions poderia ter resultado num grandioso filme de suspense e violento com crianças demônias perseguindo Dora, o que me teria feito muito feliz. Mas realmente depende do espectador, se irá gostar do método que o filme usou no final ou não.
Por fim, posso me dizer que me decepcionei um pouco com o filme. Eu realmente esperava muito do filme e ele seguiu por um caminho diferente. É uma pena, pois tinha o potencial de ser um dos melhores filmes do ano com a premissa que tinha. Fiquei vidrado na tela nos primeiros 30 minutos mas quando percebi que não seria o filme que eu queria ver, me desapontei um pouco. Se não tivesse um roteiro que se preocupasse em tantas metáforas e seguisse o caminho mais clichê, teria ficado melhor. Às vezes um clichê cai bem.
por Neto Ribeiro