Depois de ter seu trailer divulgado no ano passado, o suspense Regression fez um pequeno alvoroço nos fãs de cinema por ser o novo filme de suspense de Alejandro Amenábar, diretor do aclamado Os Outros (2001). O problema foi que, perto do lançamento, em exibição em alguns festivais, foi altamente criticado pelos sites de cinema, ganhando apenas 6% de aprovação. Resultado: o filme perdeu alguns patrocínios e teve a sua estreia mundial adiada diversas vezes.
No Reino Unido, o DVD do longa-metragem foi lançado nesta semana, possibilitando a todos que esperavam o longa-metragem entender o por que da aprovação tão baixa. Ainda assim, tive uma esperança, acreditei ser um equívoco essa cotação tão baixa. Infelizmente, não foi.
No Reino Unido, o DVD do longa-metragem foi lançado nesta semana, possibilitando a todos que esperavam o longa-metragem entender o por que da aprovação tão baixa. Ainda assim, tive uma esperança, acreditei ser um equívoco essa cotação tão baixa. Infelizmente, não foi.
Regression traz como personagens principais a dupla excelente Ethan Hawke (A Entidade, Uma Noite de Crime e O Predestinado) e Emma Watson (eterna Hermione de Harry Potter). A história se passa no início dos anos 1990 e o pontapé inicial é a prisão de um pai de família, após sua filha adolescente Angela (Watson) o acusar de abusar dela. O encarregado do caso é Bruce Kenner (Hawke), quem tem que fazer com que Angela dê os detalhes, já que ela não quer falar sobre o ocorrido.
Na mesma época, os Estados Unidos sofria com os vários possíveis casos de satanismo, como pessoas que viam rituais ou dizem que foram vítimas de um. Aos poucos, Bruce começa a perceber que Angela foi uma vítima de um ritual satânico onde vários conhecidos fizeram parte. No entanto, tudo se complica por não haver nenhuma prova além da palavra da moça. À medida que Bruce vai descobrindo novos segredos, ele percebe que pode ser a nova vítima do culto.
Não sei se é por que esse tema de ocultismo me interessa, mas Regression me prendeu até o final e todo o clima construído pelo roteiro me lembrou do clássico O Bebê de Rosemary, que é um dos meus filmes de terror favoritos. Isso por que, quando um filme que possui tal tema é bem trabalhado, principalmente no suspense, torna-se uma experiência muito mais completa, como foi a minha com O Bebê do Rosemary.
É exatamente isso que Alejandro Amenábar tenta fazer com a história, começando um pouco confuso, mas depois as peças vão se encaixando, a investigação vai andando aos poucos e em meio a tudo isso, temos visões dos ditos rituais, tudo pela mente do detetive Bruce, quem tenta montar o caso com o depoimento de Angela. O que mais surpreende é que apesar de tudo isso, o filme ainda tem espaço para colocar algumas cenas meio sobrenaturais (como uma com um gato). Além disso, Regression não entrega muito o caso. Demora um pouco até que o detetive comece a imaginar tudo contado por Angela, e aos poucos vai delirando, ficando paranoico. Ele sabe como segurar as cartas na manga até finalmente jogá-las, e isso é um dos pontos mais interessantes.
E o que acontece quando um filme anda perfeitamente do jeito que você gosta? Cria-se expectativas para o clímax e o final, e infelizmente, esse é o maior erro de Regression. Não posso comentar além da conta para não correr o risco de cometer spoiler, mas sendo breve, o desfecho é fraco em relação a tudo que veio anteriormente. É decepcionante.
No final das contas, é claro, não direi que não recomendo o filme. Gostaria que o assistissem ignorando o final, pois a obra é bem construída na base do suspense, sem jogar muitas pistas. Queria muito estar falando de um dos melhores filmes de terror do ano, mas não foi dessa vez.


Título Original: Regression
Ano: 2016
Duração: 106 minutos
Direção: Alejandro Amenábar
Roteiro: Alejandro Amenábar
Elenco: Ethan Hawke, Emma Watson, David Thewlis, Lothaire Bluteau, Dale Dickey, David Dencik, Peter MacNeill, Devon Bostick, Aaron Ashmore