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"Red Dragon" |

Para quem não conhece, esse é um livro bem famoso brasileiro, escrito por Lucia Machado de Almeida, que inicialmente foi publicado em capítulos em um jornal nos anos 50 mas se tornou mais reconhecido após ser relançado como livro nos anos 70. Ele fazia parte de uma série infanto-juvenil intitulada "Vaga-lume" que foi distribuída décadas depois nas bibliotecas brasileiras assim como em escolas, o que fez com que a fama aumentasse.
A adaptação (bem tardia) veio num momento em que havia mais recursos para adaptar o livro de forma fiel. Apesar de não ter lido-o, vejo que pegaram 20% da violência e do suspense na história e adaptaram todo o projeto para que atingir um maior público, que segundo o diretor, era os "adolescentes". O tiro foi direto no pé, já que hoje em dia esse filme se torna bobo para esse grupo, o que fez com que desperdiçassem uma boa história.
Na cidade de Vila das Flores, Hugo, um jovem ruivo é assassinado. Dias antes do crime, ele recebeu pelo correio uma caixa com um escaravelho. Seu irmão mais novo, Alberto, logo percebe que há algo de estranho em tudo quando dias depois, um bancário ruivo é achado morto, além do fato que ele também recebeu um escaravelho pelo correio dias antes.
Vendo que há relação entre os casos, o garoto chama atenção do Delegado Pimentel (Marcos Caruso), que entende que eles estão lidando com um serial killer cujo alvo principal são ruivos. O que torna as coisas mais complicadas é que há vários ruivos na cidade, portanto eles tem que descobrir logo a identidade do assassino antes que o número de mortos aumente.
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kill kill kill mom mom mom |
Deram uma adocicada forte em tudo, sendo que a principal mudança, creio eu, tenha sido na idade do protagonista. No livro, Alberto está terminando a faculdade enquanto no filme ele tem apenas 11 anos. Com essa mudança, muitos detalhes foram mudados também para se adaptar, como a idade de outros protagonistas e por consequência, a falta de sangue ou pelo menos um destaque maior de violência no filme.
Já que não houve uma tomada mais brutal na história, esperava-se que compensassem num suspense, que é uma característica chave em filmes assim. Um clima whodunit serviria bastante mas não é o caso aqui, já que ele não se preocupa em montar a história em cima do suspense da identidade do assassino, o que é uma pena. Portanto, percebi que não souberam aproveitar muito a história que tinham em mãos.
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Enquanto grande parte do elenco não tenha muita experiência, começando por Thiago Rosseti no papel de Alberto, já que é seu filme de estreia, Marcos Caruso estrela no papel do delegado e dele não tenho o que reclamar. O resto dos atores são mais ou menos, então é aquele ditado né... Vamos fazer o quê?
O que temos aqui é até uma boa iniciativa mas mal executada. Para alguns pode parecer um filme bobo, para outros um filme divertido devido à nostalgia. Eu realmente não achei tão ruim, mas quase tudo parecia gritar por uma melhorada, que certamente não existiu durante o desenvolvimento do projeto. Em suma, acho que o que posso acrescentar é que é bastante possível que o filme seja exibido na Sessão da Tarde daqui a algum tempo.
por Neto Ribeiro
Ano: 2016
Duração: 90 minutos
Direção: Carlo Milani
Roteiro: Melanie Dimantas, Ronaldo Santos
Elenco: Marcos Caruso, Thiago Rosseti, Bruna Cavalieri, Jonas Bloch, Lourenço Mutarelli, Augusto Madeira, Selma Egrei