Atenção: Esse post contém spoilers!
Em várias entrevistas, M. Night Shyamalan sempre afirmou que gostava de apresentar histórias novas para o público (apesar de seu último filme, Fragmentado, se desviar dessa afirmação). Após 5 filmes no suspense, sendo o último o fantasioso - e ruim - A Dama na Água (2006), o indiano traria em sua próxima história algo mais ambicioso. O roteiro de Fim dos Tempos (The Happening) era inicialmente intitulado The Green Effect (O Efeito Verde) e foi entregue em 2007 ainda para várias produtoras, que rejeitaram o filme. A chance de ter o projeto realizado estava na Fox, que pediu que alterasse algumas coisas (entre elas o título), finalmente dando luz verde para que fosse produzido.
A premissa do filme apocalíptico é deveras interessante e que pode chamar a atenção de qualquer um que aprecie um bom suspense: num dia normal, em Nova York, as pessoas começam a se suicidar publicamente. Não há razão, só vários corpos. O "efeito suicida" vai se espalhando pela cidade, deixando mais vítimas. À primeira vista, especula-se que é um gás terrorista, mas esta teoria se desfaz nos eventos a seguir.
Enquanto Shyamalan acerta em criar um clima de suspense e apreensão nos entregando um vilão onipresente, ele erra feio, mas feio pra caralho, em dirigir as cenas de interação entre os personagens. Quando você escolhe dois atores não muito preparados - sendo um deles um aspirante a ator pra ser sincero e a outra precisando de uma direção bem guiada - é necessário o máximo de perspicácia para driblar estes detalhes. O excesso de closes em cenas dramáticas só deixam elas mais ridículas, escancarando as péssimas atuações.
Há uma cena em específico que se tornou referência entre os fãs do gênero que é a em que Elliot sai do quarto onde estava cochichando com Alma e dá de cara com a velha maluca da casa, onde ela diz "Eu sei que estão planejando me matar" e ele responde da maneira mais tosca possível "O quê? Não". Para vê-la, clique aqui.
O que eu devo comentar é que, se esses defeitos que citei fossem consertados, ainda há algo que eu mudaria na história, especificamente no final. Irei citar SPOILERS então fiquem avisados. Bom, no fim, Elliot e Alma se encontram separados enquanto uma rajada de vento "suicida" está passando do lado de fora. Eles resolvem se arriscar com "o poder do amor deles" (!!!) e se encontrar. A tomada é meio longa e mostra os dois num campo vindo de cantos opostos, caminhando um em direção ao outro. Para mim, o filme terminaria antes que eles se encontrassem, com a última cena dando uma leve impressão de que eles pararam e por consequência, terem ficado sob efeito da toxina, deixando isso subjetivo para cada um.
Com as atuações se aproximando de uma forma cômica, qualquer investida que o filme tenta fazer para um rumo sério se transforma em piada, e portanto trazendo uma experiência extremamente frustrante já que não há, e repito, NÃO HÁ como levar nada a sério. O que resta é pensar: "Essa foi uma puta oportunidade perdida", aliás, a ideia é incrível.
Mesmo que seja relativo para o público, Fim dos Tempos entrou na lista de mais uma decepção do Shyamalan, que parecia "estragar" boas premissas com reviravoltas frustrantes. Há alguns filmes que não concordo e gosto muito, como Sinais (2002) ou A Vila (2004), mas num geral, acaba sendo um fato. É bom saber que o cara voltou à forma nos seus recentes filmes, A Visita (2015) e Fragmentado (2017).
Há uma cena em específico que se tornou referência entre os fãs do gênero que é a em que Elliot sai do quarto onde estava cochichando com Alma e dá de cara com a velha maluca da casa, onde ela diz "Eu sei que estão planejando me matar" e ele responde da maneira mais tosca possível "O quê? Não". Para vê-la, clique aqui.
Com as atuações se aproximando de uma forma cômica, qualquer investida que o filme tenta fazer para um rumo sério se transforma em piada, e portanto trazendo uma experiência extremamente frustrante já que não há, e repito, NÃO HÁ como levar nada a sério. O que resta é pensar: "Essa foi uma puta oportunidade perdida", aliás, a ideia é incrível.
Mesmo que seja relativo para o público, Fim dos Tempos entrou na lista de mais uma decepção do Shyamalan, que parecia "estragar" boas premissas com reviravoltas frustrantes. Há alguns filmes que não concordo e gosto muito, como Sinais (2002) ou A Vila (2004), mas num geral, acaba sendo um fato. É bom saber que o cara voltou à forma nos seus recentes filmes, A Visita (2015) e Fragmentado (2017).