Quando falamos em filmes de terror, qual é a obra mais antiga que lhe vem à mente?
Por mais que O Gabinete do Dr. Cagliari (1920) e Nosferatu (1922) tenham sua inegável contribuição nos primórdios do gênero, eles não foram os primeiros. Em 1896, o visionário e experimentalista cineasta francês George Méliès (interpretado por Ben Kingsley no belo A Invenção de Hugo Cabret) dirigiu o curta-metragem de três minutos Le Manoir du Diable, traduzido no Brasil tanto como A Mansão do Diabo quanto O Solar do Diabo.
Nessa produção muda e em preto e branco, vemos um morcego se transformar em Mefistóteles (o próprio George Méliès), que passa a invocar várias criaturas sobrenaturais e uma bela moça. Em seguida, dois cavaleiros entram em cena e passam a ser assombrados pela entidade demoníaca e por suas criações.
Antes mesmo do terror se estabelecer como gênero, Méliès já adiantava alguns dos elementos que se tornariam bastante comuns nos filmes que tanto amamos: demônios, fantasmas, esqueletos, morcegos. E tudo isso aparece e desaparece em tela por meio do criativo trabalho de efeitos práticos, justamente o ponto forte do cineasta francês - não à toa, ele é reverenciado como o "pai dos efeitos especiais".
Além de seu inestimável valor histórico, Le Manoir du Diable é um curta bem divertido de se assistir! Confira: