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Babyface está voltando... |
Verdade seja dita, sequências e remakes não se enquadram apenas para o gênero
do horror, mas o que rege os fundamentos para tal decisão? A fórmula, a bilheteria,
a boa recepção são fatores que podem influenciar quando se trata de uma
continuação. Adaptar para um novo público, tentar
uma narrativa diferente investindo numa série, por exemplo, são pontos que no
momento de criação indicam que a cosia pode dar certo.
Partindo para o terror, é um
tanto curioso quando dá para misturar estilos diferentes do que já foi feito e
combinar em um só. Como foi o caso do elogiado slasher A Morte Te Dá Parabéns (2017): baixo orçamento, rendeu boa bilheteria depois da
inspiração com Feitiço do Tempo (1993) e encaixar um pouco da trama para o
subgênero. O resultado, por mais que tenha passeado no que alguns filmes de
terror têm sido recentemente (previsíveis e com uma dose de comédia), se
tornou um frescor para o slasher tão
ofuscado que o gênero tem entregado. Títulos como Como Eu Morro (2016) ou Most Likely to Die (2015) são bons
exemplos disso.
Obtendo frutos tão dignos assim,
logicamente o longa ganharia uma sequência que não demorou muito para ser confirmada,
e irá chegar aos cinemas mais rápido do que poderíamos imaginar – no próximo
dia 21. Até então, o que pode se esperar do enredo é que estará envolto numa
aura de ficção científica e mais uma vez apelando para o estilo do antecessor e
ser um slasher. Se alcançar o sucesso novamente, considerações para um terceiro filme já
está nos planos da Blumhouse, assim como as ideias para criar um
universo compartilhado – forçaria menos que A Freira (2018)?
Falando em Blumhouse, vamos aqui
pegar mais um exemplo de sequência e também reboot ao falarmos de Halloween (2018). Talvez a ideia surja
na falta de criatividade - de pegar algo que fez sucesso e tentar repetir o efeito
ou querer que a história continue sendo contada para fisgar nova audiência e no
meio disso, a obra original seja mais requisitada. Seja como for, somando dez
filmes, parecia mesmo que a franquia e o legado de Michael Myers já tinha encontrado
o fim – até porque um remake foi produzido em 2007, e dois anos mais tarde uma sequência
pelas mãos de Rob Zombie – mas ignorar nove sequências e fazer uma direta do
longa de 1978, foi uma sacada e tanta. Por
mais que o retorno recente de Michael tenha se equilibrado entre homenagens e
tom previsível do gênero, foi um grande salto flertar sobre a possibilidade de uma nova leva de longas.
Se tratando de mais uma refilmagem,
seria injusto ignorar o curioso caso de Chucky. Só este ano, o boneco assassino
garante três produções: o remake, que irá estrear em 20 de junho e tem o
primeiro trailer agendado para o dia 8 de fevereiro; uma série produzida pelo
canal Syfy que será continuação direta de O Culto de Chucky (2017) e também um fan movie titulado de Charles. O motivo
pelo qual o brinquedo de cabelo ruivo foi tão querido para as telas a ponto de
render três empreitadas distintas é desconhecido, mas é um tanto animador saber
que se uma não der certo, teremos mais duas opções, sendo que a série promete
se aprofundar sobre Chucky de um jeito nunca visto antes, no entanto, se mantendo fiel e inspirada nos primeiros longas metragens da saga.
Atualização: a série ficou marcada para 2020.
Atualização: a série ficou marcada para 2020.
Chucky 3x
Por último, confesso que a notícia
sobre esse exemplo me pegou de surpresa, uma vez que não esperava mais nada.
Aparentemente finalizada em 2011, a franquia de terror sobrenatural Premonição
desde então entrou num de dilema entre ganhar ou não um sexto filme. Mas quase
oito anos depois, eis que surge a revelação de que a New Line Cinema está trabalhando num recomeço, escrito pelos roteiristas
de Jogos Mortais 4, 5,
6 e O Final, Patrick Melton e Marcus Dunstan. Ao meu ver, uma sequência
baseada no que foi feito no terceiro filme seria uma boa iniciativa, mas daí
tinha o terrível quarto filme a considerar e também o quinto - que tratou de tapar muitíssimo
bem os buracos desastrosos do antecessor – que mesmo com o final promissor, produzir
mais filmes depois dele seria um tiro no pé, pois rapidamente a fórmula já
conhecida se tornaria cansativa considerando que os enredos seriam apenas aglomerados
de histórias paralelas de onde parou. O que não significa que o remake seja uma
ideia inteligente, pois traçar toda a lógica por trás da mitologia requer muita
criatividade e firmeza do universo que se está criando.
Refilmagens e continuações, seja até
onde der para esticar são riscos que além da criatividade, ao menos saber
reproduzir a nostalgia e alcançar o nível de relevância a ponto que não torne o
investimento uma perda de tempo - e assim também o resultado da obra um produto esquecível -
são no mínimo aspectos que possam validar o feito já que nem sempre precisamos
que boas histórias sejam recontadas.